60 anos depois da crise dos mísseis de Cuba, ameaça de guerra nuclear nunca foi tão grande

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A ameaça nuclear com a guerra na Ucrânia

Em fevereiro deste ano, a Rússia invadiu a Ucrânia. Desde então, a guerra na Ucrânia se transformou cada vez mais em um conflito entre a Rússia e os EUA/OTAN, que estão apoiando o regime ucraniano com o envio de armas e o apoio em operações de inteligência. Muitos especialistas consideram que a invasão russa foi o início da Terceira Guerra Mundial. 


De fato, nos últimos meses, a guerra escalou a ponto de a Rússia ameaçar usar armas nucleares e o governo americano ter alertado sobre a possibilidade de um “armagedon nuclear”. A Rússia e os EUA são os países com o maior arsenal nuclear do mundo.

A crise dos mísseis de Cuba

Entre 14 e 28 de outubro de 1962, o mundo assistiu atônico à possibilidade de estourar uma guerra nuclear entre a URSS e os EUA.


Em janeiro de 1959, a revolução cubana liderada por Fidel Castro derrubou o regime do ditador Fulgência Batista, apoiado pelos EUA. Três meses depois, em março de 1959, os EUA começaram a treinar e armar exilados cubanos para derrubar o regime castrista. Esse treinamento culminou, em abril de 1961, na invasão da Baia dos Porcos por 1.400 desses exilados, que acabou sendo derrotada pelas forças cubanas. 

Telescópio Espacial James Webb é lançado com sucesso

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Em 25 de dezembro de 2021, foi lançado pelo foguete Ariane 5 da Guiana Francesa o Telescópio Espacial James Webb. Trata-se do maior telescópio espacial já construído: sua massa é de 6,5 toneladas, possui 5 camadas protetoras térmicas de 21 metros de comprimento por 14 metros de largura e um conjunto de 18 espelhos hexagonais de ouro com 6,5 metros de diâmetro.

Concebido pelas agências espaciais americana (NASA), europeia (ESA) e canadense (CSA), o James Webb levou 25 anos para ser desenvolvido a um custo de 10 bilhões de dólares. Espera-se que funcione por 10 anos. 

Em ano marcado por eventos climáticos extremos, relatório da ONU aponta para efeitos irreversíveis do aquecimento global

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Um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), publicado em 9 de agosto, mostrou que o ser humano é o responsável por 1,07˚C do 1,1˚C no aumento da temperatura média do planeta desde 1850, quando se considera que se iniciou a era industrial. Caso as emissões de gases de efeito estufa não diminuam, particularmente do gás carbônico (CO2) e do metano (CH4), o aquecimento global pode chegar a 4,4˚C até o final do século.

O relatório mostrou que aquecimento global tem como causa a ação humana. Apesar de a temperatura da Terra ter aumentado em média 1,1˚C desde 1850, sobre os continentes esse aumento foi de 1,6˚C. (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=uD7FCs4XM1M)



É o sexto relatório publicado pelo IPCC desde 1988, quando o painel foi criando pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente e pela Organização Meteorológica Mundial. Este último relatório do IPCC foi produzido por 234 cientistas de 66 países, incluindo o Brasil.  

Equipe brasileira no IPCC. A professora Thelma Krug, do INPE, no alto à direita, é a vice-presidente do IPCC. (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=uD7FCs4XM1M)

Galileu, o movimento da Terra e o princípio da relatividade

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Esta não é a primeira vez que vocês ouvem falar de Galileu (1564-1642), e não será a última. Nascido na Itália e considerado o primeiro cientista moderno, Galileu não só revolucionou a ciência, elaborando uma “nova Física”, como também transformou a filosofia de sua época.



A transformação que Galileu causou na ciência e na filosofia fez parte de uma série de transformações que aconteceram a partir do século 15, as quais marcaram a transição do feudalismo para o capitalismo comercial, ou da Idade Média para a Idade Moderna. Algumas dessas transformações foram: o rápido crescimento das cidades e a ascensão de uma nova classe social, a burguesia; as grandes transformações artísticas com o Renascimento, particularmente com os trabalhos de Leonardo da Vinci (1452-1543) e Michelangelo (1475-1564); e a Reforma Protestante, que contestou o poder e a autoridade da Igreja Católica.

A 1ª lei de Newton – Inércia

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Introdução

As leis de Newton são um dos temas da Física estudados na 1ª série do Ensino Médio. São três as leis de Newton – a lei da inércia, a definição de força (“F-=m.a”) e a lei da ação e reação. Começaremos estudando a 1ª lei de Newton, também conhecida como princípio da inércia.

Galileu (1564 -1642) foi um dos primeiros cientistas a formular o princípio da inércia. Mais tarde, em 1649, Descartes (1595-1650) formulou o princípio da inércia tal como Newton o utilizou – sim, a “1ª lei de Newton” não é de Newton!

Galileu (à esquerda) foi um dos cientistas mais importantes do século 17 e de todos os tempos. Foi o primeiro a realizar observações sistemáticas com uma luneta (em 1609) e defendeu que a Terra estava em movimento ao redor do Sol. Por isso, ele foi preso e condenado à prisão perpétua em 1633. Além de um grande matemático e físico, Descartes (à direita) foi um grande filósofo, tendo escrito "O discurso do método", entre tantas outras obras.

O eclipse de Sobral (1919) e a visita de Einstein ao Brasil (1925)

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Depois de uma série de exposições, palestras, conferências e solenidades em comemoração aos 100 anos do eclipse de Sobral, a última atividade dessa efeméride aconteceu em 6 de novembro, com o lançamento do livro O eclipse de 1919 – A comprovação da teoria da relatividade geral, a física moderna e o Observatório Nacional.

Cartaz do evento de lançamento do livro.

Segundo Christina Helena Barboza, pesquisadora do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), o lançamento do livro foi realizado para coincidir com os 100 anos “da reunião conjunta da Royal Society e da Royal Astronomical Society, em Londres, quando foram divulgados os resultados das observações”. O livro conta com 10 artigos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, inclusive de Barboza, cujo artigo O Observatório Nacional e a observação de eclipses solares: ciência e cooperação internacional abre o livro.

Schenberg e os neutrinos do Processo Urca

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Publicado originalmente no site Comciência em 7 de outubro de 2019

Mário Schenberg (1914 – 1990) foi amigo e incentivador de poetas e artistas, e um dos críticos de arte mais respeitados do país. Para o pintor Volpi, em 1944, escreveu a apresentação do catálogo de sua primeira exposição, enquanto Haroldo de Campos dedicou-lhe um poema e Gilberto Gil uma música.

Mário Schenberg, em pintura de Mário Gruber.

Porém, Schenberg foi também, segundo Einstein, “uma das dez personalidades da física do século 20” (Leão, 2014). Publicou mais de 100 artigos em revistas científicas sobre raios cósmicos, astrofísica, mecânica quântica e geometria, entre tantos outros assuntos, e trabalhou com os mais importantes físicos de sua época, como Fermi, Pauli e Gamow. O físico brasileiro assinava seus trabalhos como Mário Schönberg.

Acima de tudo, Schenberg foi capaz de unir de tudo um pouco. “Não gosto muito de separar as coisas da vida” (Schenberg, 1984, p. 145), ele dizia. “Acho que tudo é uma coisa só. A vida não se separa em ciência, em atividade política, em atividade filosófica, ou outras coisas” (idem).

Além de físico e crítico de arte, foi por duas vezes deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro, em 1946 e 1962. Intelectual engajado, participou ativamente da “discussão dos problemas políticos do Brasil” (Schenberg, 2001, p. 208), tendo iniciado a campanha do “O petróleo é nosso”, em São Paulo e se colocado contra o acordo nuclear Brasil-Alemanha durante a ditadura militar.

Essa capacidade de síntese de Schenberg, fruto da “intuição” (idem, p. 160), como ele dizia, expressou-se também em muitos de seus trabalhos em física, particularmente em sua tentativa de unificar a mecânica quântica, o eletromagnetismo e a relatividade geral. Antes, isso também aconteceu quando Schenberg relacionou o “problema das supernovas” – a explosão de estrelas supermassivas – com o neutrino, no processo que ficou conhecido como processo Urca.