Telescópio Espacial James Webb é lançado com sucesso

____________________________

Em 25 de dezembro de 2021, foi lançado pelo foguete Ariane 5 da Guiana Francesa o Telescópio Espacial James Webb. Trata-se do maior telescópio espacial já construído: sua massa é de 6,5 toneladas, possui 5 camadas protetoras térmicas de 21 metros de comprimento por 14 metros de largura e um conjunto de 18 espelhos hexagonais de ouro com 6,5 metros de diâmetro.

Concebido pelas agências espaciais americana (NASA), europeia (ESA) e canadense (CSA), o James Webb levou 25 anos para ser desenvolvido a um custo de 10 bilhões de dólares. Espera-se que funcione por 10 anos. 

Um mês depois do lançamento, em 24 de janeiro de 2022, o James Webb chegou ao ponto conhecido como Lagrange 2, a 1,5 milhão de quilômetros da Terra. No início de fevereiro, ele começou a se preparar para observar a estrela HD 84406, na constelação de Ursa Maior, a 241 anos-luz da Terra. Isso permitirá que sejam realizados os ajustes necessários em seus equipamentos e o alinhamento de seus espelhos hexagonais, que estarão prontos para pleno funcionamento em meados deste ano.

O James Webb irá complementar o trabalho realizado nos últimos 31 anos pelo Hubble, o primeiro dos telescópios espaciais lançado pela NASA a partir de 1990. Depois do Hubble, foram lançados o telescópio de Raios Gama Compton, o de Raios-X Chandra e o de Infravermelho Spitzer.


O James Webb irá conseguir observar galáxias, estrelas e exoplanetas mais distantes e mais antigos do que o Hubble. Em 2012, depois de 23 dias de observação, o Hubble conseguiu produzir a imagem das galáxias mais distantes jamais vistas, a 13,2 bilhões de anos-luz – acredita-se que o universo tenha 13,7 bilhões de anos. O James Webb, com um espelho quase 3 vezes maior do que o Hubble, conseguirá observar estrelas e galáxias que foram formadas há 13,5 bilhões de anos. 

Além do tamanho do espelho, outra diferença entre os dois telescópios é o faixa de radiação eletromagnética que conseguem detectar: enquanto o Hubble realiza observações principalmente no visível (e um pouco do ultravioleta e do infravermelho próximos ao visível), o James Webb realizará observações no infravermelho, o que facilita observar objetos mais distantes e antigos. Em 1923, Hubble, o astrônomo que deu nome ao telescópio, descobriu que quanto mais distante um objeto está da Terra, mais rápido está se afastando de nós. Por causa do efeito Doppler, quanto mais distante um objeto está de nós, a frequência da radiação emitida aumenta (ou o comprimento de onda diminui), sendo “desviada para o vermelho”. Assim, objetos mais distantes e antigos tendem a ser observados mais “para o vermelho”.

Para realizar as observações no infravermelho, a temperatura do telescópio precisa chegar a – 244˚C, e por isso as 5 camadas protetoras de calor atrás dele. Na primeira dessas camadas, voltada para o Sol, a temperatura pode chegar a 110˚C.

Além de câmaras infravermelhas, o James Webb possui um espectrômetro. Esse aparelho será particularmente útil para observar a atmosfera de exoplanetas que estejam na zona habitável de estrelas próximas, determinar os seus gases atmosféricos e possivelmente verificar se existe vida extraterrestre. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário