A saída dos EUA de acordos multilaterais, ou seja, que envolvem
vários países, é uma consequência da política nacionalista econômica de Trump –
para saber mais sobre isso, leia: O nacionalismo econômico de Trump e a saída dos EUA de acordos multilaterais.
Trump chegou ao poder em 2016 nos EUA com o slogan “Make America
Great Again” (“Façam os EUA Grande de Novo”), denunciando a globalização, a
desindustrialização dos EUA e prometendo levar adiante, ao invés de acordos
multilaterais, acordos bilaterais.
Em menos de um ano e meio de mandato, o presidente americano retirou os EUA de
importantes acordos multilaterais, como o Acordo de Paris e o Acordo Nuclear
com o Irã, ambos fechados em 2015 pelo então presidente Barack Obama.
I. O Acordo de Paris
O Acordo de Paris foi assinando em 2015 por 195 países para diminuir
as emissões de gás carbônico e seus efeitos sobre o aquecimento global.
Após duas semanas de intensas negociações, a COP-21 (conferência do clima da ONU) terminou neste sábado em Paris com um acordo histórico, que pela primeira vez envolve quase todos os países do mundo em um esforço para reduzir as emissões de carbono e conter os efeitos do aquecimento global.
O ponto central do chamado Acordo de Paris, que valerá a partir de 2020, é a obrigação de participação de todas as nações - e não apenas países ricos - no combate às mudanças climáticas. Ao todo, 195 países membros da Convenção do Clima da ONU e a União Europeia ratificaram o documento.
O objetivo de longo prazo do acordo é manter o aquecimento global "muito abaixo de 2ºC". Esse é o ponto a partir do qual cientistas afirmam que o planeta estaria condenado a um futuro sem volta de efeitos devastadores, como elevação do nível do mar, eventos climáticos extremos (como secas, tempestades e enchentes) e falta de água e alimentos.
“O
conceito de aquecimento global foi inventado pelos e para os chineses para
tornar a indústria dos EUA menos competitiva”, tuitou Trump e 2012.
Em outubro de 2017, Trump diminuiu a
regulação ambiental para a emissão de gás carbônico e favorecer a indústria do
carvão.
Assim que o anúncio foi feito, a
chanceler alemã, Angela Merkel, telefonou a Trump para demonstrar sua
insatisfação e deixar claro que os europeus não atenderiam ao pedido de
renegociação dos americanos. Ao terminar a chamada, disparou ligações para os
demais líderes europeus, entre eles o francês Emmanuel Macron, e emitiu uma
nota conjunta garantindo que o tratado não será reaberto.
“Mais do que nunca trabalharemos por
políticas globais para salvar nosso planeta”, disse o governo de Merkel, por
meio de uma nota. “Alemanha e França vão promover novas iniciativas para
garantir que o acordo seja um sucesso”, insistiu.
Para Itália, França e Alemanha, o acordo
de 2015 é “irreversível” e “não pode ser renegociado, já que é um instrumento
vital para nosso planeta, sociedades e economias”. O premiê chinês, Li
Keqiang, disse que seu país “continua comprometido” com o Acordo de Paris e
garantiu que o promoverá.
“A guerra contra o carvão
chegou ao fim”, declarou nesta segunda-feira, 9, o secretário de Proteção
Ambiental, Scott Pruitt, em Kentucky, o terceiro maior produtor carbonífero dos
EUA, onde Trump ganhou com 62,5% dos votos.
Promessa. Durante a
campanha, Trump atacou as regras ambientais impostas por Obama e as
responsabilizou pelo fechamento de minas e usinas de carvão ao redor do país. O
Plano de Energia Limpa estava no centro dos esforços do ex-presidente para
reduzir as emissões poluentes dos EUA e colocar o país na rota do cumprimento
das metas previstas no Acordo de Paris, que Trump abandonou em junho.
Trump venceu as eleições nos EUA em quase
todos os estados maiores produtores de carvão. No estado da Virgínia Ocidental,
segundo maior produtor de carvão dos EUA, Trump venceu as eleições com quase
70%.
II. O Acordo Nuclear com o
Irã
Em 2002, o presidente dos EUA, George W. Bush acusou o Irã, a Coréia
do Norte e o Iraque de patrocinarem o terrorismo internacional, possuírem armas
de destruição em massa e fazerem parte do “eixo do mal”. Um ano depois, em
2003, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) apontou que o Irã
estava descumprindo o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que tinha
assinado em 1970, e em 2005 começou a enriquecer Urânio em níveis proibidos
pelo Tratado.
A recente descoberta de urânio enriquecido
pela AIEA numa instalação nuclear no Irã alimentou receios de que Teerã esteja
investindo em um programa de armas ilegal.
Os iranianos negam isso e atribuem a culpa
pela descoberta da AIEA a componentes importados usados na instalação nuclear
investigada.
O Irã insiste que o programa nuclear foi
planejado para atender às necessidades energéticas do país.
Para minar a economia iraniana e impedir que seu programa nuclear iraniano
produzisse uma bomba atômica, em 2006, o conselho de segurança da ONU começou a
impor sanções econômicas ao Irã. Essas sanções impediam a compra de petróleo e
gás iraniano, proibiam a venda de armas, armamentos pesados e de materiais ou
tecnologia que poderiam ser utilizados em um programa nuclear e balístico do
Irã, bancos americanos ficaram proibidos de negociar com o Irã, foram
congelados bens de autoridades iranianas, entre outras medidas.
Depois de 12 anos de negociações, em 2015, EUA, França, Reino Unido,
Rússia e China (todos países membros do Conselho de Segurança da ONU e que
possuem armas nucleares), além da Alemanha, a terceira economia do mundo e o
segunda maior exportadora, chegaram a um acordo com o Irã para que ele diminua
seu programa nuclear e fique impossibilitado de produzir uma bomba atômica.
Nesse acordo, o Irã deveria diminuir em 2/3 o número de centrífugas
para enriquecer o Urânio, reduzir o estoque de Urânio enriquecido em 98% (para
300 kg), limitar o enriquecimento de Urânio em 3,6%, proibir o enriquecimento
de Urânio em 20%, possibilitar que a AIEA inspecione as instalações nucleares
iranianas, entre outras medidas. Com essas medidas, a AEIA teria certeza de que
o programa nuclear iraniano é para fins pacíficos – em usinas nucleares e para
fins médicos.
O Irã concordou
em limitar seu programa nuclear, desde
que os EUA e outras potências mundiais suavizem ou levantem as sanções
econômicas impostas ao país.
O acordo,
que tem 159 páginas, coroa mais de uma década de discussões
diplomáticas voltadas a impedir o Irã de construir uma bomba nuclear.
Autoridades
dos EUA e Israel dizem que, se o Irã possuísse armas nucleares, isso seria um
desastre de segurança e potencialmente levaria a uma guerra, devido ao apoio
dado por Teerã a grupos militantes contrários a Israel, como o palestino Hamas e o libanês Hizbullah, além de
menções frequentes feitas por líderes iranianos à destruição de Israel.
O Irã
afirma há muito tempo que seu programa nuclear é pacífico e que nunca procurou
produzir uma bomba.
O pacto
final com o Irã foi negociado pelos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha,
França, China e Rússia.
A saída dos EUA do Acordo
Nuclear com o Irã
O Acordo nuclear com o Irã era renovado a cada 90 dias; o prazo da
última renovação acabaria em 12 de maio. Poucos dias antes de vencer o prazo,
em 30 de abril, o primeiro ministro de Israel, um dos principais aliados dos
EUA no Oriente Médio, disse que o país teria provas que o Irã mentiu sobre seu
programa nuclear, e que continuou a enriquecer Urânio para utilizá-lo na
construção de uma bomba atômica.
Em
discurso à nação, feito em inglês para atingir o público global, o premiê
Binyamin Netanyahu afirmou nesta segunda (30) que Israel tem provas de que o
Irã teria mentido sobre suas ações para obter armas nucleares.
Em 30
minutos de explanação diante de um telão com gráficos e vídeos, o premiê
israelense empenhou-se para mostrar as supostas mentiras 12 dias antes do prazo
dado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para avalizar ou deixar o acordo
nuclear selado
entre o Irã e seis potências.
Para
analistas, o objetivo do discurso é preparar terreno para que os EUA saiam do
acordo.
A chefe
da diplomacia europeia, Federica Mogherini, não se mostrou convencida: “As
informações divulgadas não apresentaram uma violação do acordo nuclear”,
afirmou, acrescentando que vai examinar os documentos.
O
chanceler iraniano, Mohammad Jawad Zarif, afirmou que Trump dá ouvidos a
alegações antigas para ter desculpa para descartar o acordo.
Os EUA se retiraram do Acordo nuclear com o Irã em 8 de maio, quando
Trump acusou o Irã de ser “o principal estado patrocinador do terrorismo”, e
que país estaria próximo de conseguir armas nucleares, o que lançaria o Oriente
Médio em uma corrida armamentista.
Em seu discurso, Trump disse que o acordo de 2015 deveria
proteger os EUA e seus aliados, mas permitiu que o Irã continuasse enriquecendo
urânio. Segundo ele, o país estaria próximo de obter armas nucleares e lançar
uma corrida armamentista no Oriente Médio, com outras nações querendo seguir
seu exemplo e também buscando programas nucleares.
Porém, segundo a AIEA, o Irã estava cumprindo o acordo nuclear.
Quatro dias depois dos EUA se retirarem do acordo, o chefe de inspeção da AIEA
renunciou ao cargo.
Yukiya Amano, que lidera a Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA), disse que o Irã foi “alvo do regime de verificação nuclear mais robusto
do mundo” sob os termos do acordo de 2015, conhecido como Plano de Ação
Conjunto Global
O chefe dos inspetores da Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA), Tero Varjoranta, renunciou na última sexta-feira (11) de forma
inesperada. A instituição, cuja sede fica em Viena (Áustria), é ligada à
Organização das Nações Unidas (ONU).
A decisão ocorre na mesma semana em que o presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que abandonaria o acordo nuclear firmado com o Irã, retomando as sanções contra o país.
A saída dos EUA do Acordo
Nuclear com o Irã e o aumento das tensões entre os EUA e a Europa
Além da ONU recusar as acusações de Netanyahu, os líderes europeus
disseram também que não acreditam nas acusações do primeiro-ministro de Israel.
Líderes europeus rejeitaram
nesta terça-feira, 1.º de maio, as alegações de Israel de que há novas evidências mostrando
que o Irã viola o acordo nuclear assinado em 2015. A visão
geral nas capitais europeias é de que os documentos revelados pelo premiê
israelense, Binyamin Netanyahu, na segunda-feira, apresentam novas evidências
sobre a escala do programa atômico iraniano antes de 2015, mas nada que
mostrasse violações recentes do pacto.
Os países europeus que assinaram o Acordo Nuclear com o Irã não só
rejeitaram as denuncias de Israel, como também tentaram convencer Trump a não
retirar os EUA desse acordo.
Para os países europeus, o Acordo nuclear
com o Irã representou novas oportunidades de negócio em um país de 75 milhões
de pessoas. Em 2017, as trocas comercias entre a Europa e o Irã totalizaram 25 bilhões
de dólares, enquanto as trocas comerciais entre Irã e os EUA apenas 179 milhões
de dólares.
Os países europeus que mais se aproveitaram
do Acordo Nuclear com o Irã foram a França e a Alemanha. Enquanto a França
dobrou suas exportações para o Irã de 2016 para 2017, a Alemanha aumentou suas
trocas comerciais com o Irã em 42% desde 2015. Entre as empresas que possuem
negócios com o Irã estão a Airbus (contrato de 10 bilhões de euros para venda
de aviões), Total (petroleira francesa com investimento de 5 bilhões de euros
para extração de gás natural) e empresas automotivas, como a Peugeot-Citroen,
que possui 30% do mercado automotivo iraniano, e Volkswagen, que planeja
começar a vender carros para o Irã.
Porém, depois de Trump anunciar a saída dos EUA do acordo, os países
europeus estão também terminando seus negócios no Irã, pois as sanções impostas
ao Irã podem também afetar esses países. Apesar do grande negocio que é o
mercado iraniano para os países europeus, as trocas comerciais entre os EUA e a
Europa é muito maior, ou seja, os países europeus são muito dependentes dos
EUA. Além disso, como as empresas europeias também negociam em dólar, a moeda
americana, se elas continuarem a realizar trocas comerciais com o Irã, podem
ser também suscetíveis às sanções do próprio EUA.
A direção da gigante
automobilística francesa PSA, proprietária das marcas Peugeot, Citroën, Opel e
DS, anunciou nesta terça-feira, em Paris, que vai suspender suas atividades no
Irã em razão dos riscos provocados das sanções econômicas impostas pelos
Estados Unidos.
A decisão vai na mesma
linha da adotada por outra multinacional
francesa, a petrolífera Total. A retirada
das empresas representa um duro revés à estratégia de resistência econômica de
França, Alemanha e Reino Unido às represálias anunciadas por Donald Trump após
o rompimento do acordo nuclear assinado com Teerã.
Em um comunicado, a
companhia confirmou que vai interromper suas atividades, iniciadas em 2015,
após o fim das sanções internacionais. Desde então, o Irã havia se tornado o
maior mercado estrangeiro para as montadoras do grupo, com 445 mil veículos
vendidos, à frente de mercados como China e Reino Unido.
Com a saída das empresas europeias do Irã, são as empresas russas e
chinesas que assumirão cada vez maior influência sobre o mercado iraniano.
O presidente da Rússia,
Vladimir Putin, e o presidente do Irã, Hassan Rouhani, vão à China, nesta
sexta-feira para confirmar a aliança do eixo oriental na disputa comercial e
política com os Estados Unidos. Os governos iraniano e russo participarão do
encontro da Organização para Cooperação de Xangai no momento em que os dois
países têm sofrido sanções econômicas dos Estados Unidos, e perdido importância
no cenário econômico mundial.
Para a Europa, a saída dos EUA do Acordo
Nuclear com o Irã representa um rompimento na própria relação entre os EUA e a
Europa, o maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Lembre-se
do dia 8 de maio. A história talvez se recorde dessa data como sendo aquela em
que os Estados Unidos abandonaram sua fé em aliados.
Pela
primeira vez em décadas, os EUA está agindo sem um parceiro europeu. A guerra do Iraque, em 2003, foi apoiada pelo Reino Unido,
Espanha e outros, além de esforços frouxos para convencer a França e a Alemanha
a aderir. Já Trump, pelo contrário, isolou a América do resto do Ocidente sem
fazer qualquer esforço sério.
A mesma
coisa se aplica à alegação de Trump de que o acordo nuclear desencadeou uma
corrida armamentista nuclear no Oriente Médio. Não existia tal corrida. Agora é
possível que ela comece.
John
Bolton, seu assessor de seguraça nacional, defende há anos que os EUA deveriam
atacar as instalações nucleares do Irã. Bolton não confia em inspetores
nucleares.
Os
paralelos com o período de preparação para a guerra do Iraque são preocupantes.
Poucos países gostariam de ver uma repetição desse erro colossal. Na
terça-feira Trump praticamente declarou guerra ao Irã.
A saída dos EUA do Acordo
Nuclear com o Irã e o aumento das tensões no Oriente Médio
A saída dos EUA do Acordo Nuclear com o Irã aconteceu em um momento
em que a guerra na Síria, iniciada em 2011, está chegando ao fim. De um lado, o
governo sírio de Bashar al-Assad é apoiado pela Rússia e Irã, e, do outro,
grupos rebeldes são apoiados pelos EUA e Arábia Saudita. Desde o apoio da
Rússia ao governo sírio em 2015, al-Assad tem não só retomar áreas controladas
pelos grupos rebeldes, como também pelo Estado Islâmico.
Nos últimos meses, porém, Israel tem realizado ataques diretos ao
exercito iraniano estacionado na Síria, o que voltou a acontecer um dias depois
da retirada dos EUA do Acordo Nuclear.
Israel
acusou forças iranianas baseadas na Síria de terem disparado 20 foguetes contra
bases militares israelenses nas colinas de Golã nesta quarta-feira. Em
resposta, Israel realizou uma grande operação militar e bombardeou diversas
bases iranianas na Síria. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o ataque
foi feito com 28 aviões e 70 mísseis.
O
ataque iraniano desta quarta seria retaliação ao ataque de terça (8), atribuído a Israel, contra bases do Irã na Síria. Segundo a
imprensa síria, 15 militares morreram, oito deles iranianos.
A saída dos EUA do Acordo Nuclear com o Irã acontece também quase
dois meses depois da nomeação de John Bolton como assessor de segurança de
Trump. Bolton sempre se colocou contra o Acordo Nuclear com o Irã, defendendo
uma ação militar contra o país. Por isso, a saída dos EUA do Acordo nuclear com
o Irã promete abrir o caminho para um ofensiva militar de Israel e do próprio
EUA contra o Irã, com o objetivo de mudar o regime do país e realinhar o Irã
aos interesses dos EUA na região. Isso
Aos 69 anos, Bolton é figura proeminente em política externa
no círculo republicano, tendo participado dos governos de Ronald Reagan, George
Bush e George W. Bush.
No último governo Bush, ele ajudou a "vender" para
a comunidade internacional a teoria de que Saddam Hussein possuía armas de
destruição em massa no Iraque. Posteriormente foi comprovado que o regime do
então líder iraquiano não tinha esse tipo de armamento.
Ele criticou duramente Barack Obama por concordar, em 2015,
com o acordo nuclear iraniano, escrevendo
Em março de 2015, alguns meses antes de o acordo ser
assinado, ele argumentou, no jornal "The New York Times", que só uma
ação militar resolveria a questão.
"O prazo é curto, mas um ataque ainda pode ser
bem-sucedido", afirmou, defendendo uma ação militar de Israel contra o
vizinho.
"Essa ação deve ser combinada com um apoio vigoroso dos
Estados Unidos à oposição iraniana, com o objetivo de mudar o regime em
Teerã."
Em 21 de maio, os EUA ameaçaram impor novas
sanções econômicas ao Irã caso ele não abandone por completo seu programa
nuclear. Porém, a declaração do secretário de estado dos EUA deixou claro o
objetivo dos EUA e Israel: fazer com o Irã pare de apoiar outros regimes no
Oriente Médio – além do regime sírio, o Irã apoia grupos no Líbano e no Iêmen.
A
pressão está só começando. O rompimento do
pacto nuclear com o Irã é o primeiro passo de um
longo e doloroso percurso que tem como fim atar de pés e mãos o regime dos
aiatolás. Nessa estratégia, os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira que exercerão uma “pressão
financeira sem precedentes na história”. O objetivo, longe de renegociar o acordo de
2015, será fechar um novo, que
inclua o abandono definitivo de qualquer
ambição nuclear dos iranianos, o
desmantelamento do programa balístico e o fim do expansionismo do país no
Oriente Médio.
No
âmbito interno, os EUA querem que o Irã ponha fim a qualquer ambição balística
ou nuclear. Esse requisito inclui abandonar o enriquecimento de urânio e a
abertura completa a inspeções. Na frente externa, Washington pretende que Teerã
interrompa as ameaças a Israel e à Arábia Saudita, liberte os cidadãos
norte-americanos detidos, retire suas forças da Síria, não intervenha no Iraque
e deixe de apoiar o Hezbollah no Líbano e os rebeldes huthis no Iêmen.
Apesar de toda a ofensiva retórica de
Israel e dos EUA contra o Irã, o programa nuclear iraniano está a muitos anos
de alcançar não só as cerca de 200 ogivas nucleares que Israel possui e as
milhares de ogivas americanas, como também os instrumentos e aparelhos
militares desses dois países.
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