À medida que a crise econômica
brasileira torna-se cada vez mais aguda e, nas últimas semanas, o processo de
impeachment foi levado adiante, a ciência brasileira tem sofrido ataques cada
vez maiores.
No começo do mês de maio, depois da aprovação do processo do impeachment pela Câmara dos Deputados, a Folha de São Paulo publicou um artigo
mostrando a reação de entidades cientificas diante da possível nomeação de um
bispo da Igreja Universal para ministro da ciência.
No artigo da Folha, Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC), disse que essa possível nomeação mostra, primeiro,
que a política virou “moeda de troca”. Segundo, ela enfatizou a necessidade de
um ministro da ciência ter “conhecimento técnico”, e ser “empenhado no progresso
científico”. O ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), o
matemático Jacob Palis, ainda acrescentou que “o que esperamos é que a pessoa a
ser indicada para o ministério esteja afinada com a comunidade científica e
tecnológica”.
O bispo, nesse caso, não se encaixa em
nenhuma das exigências levantadas por Nadar e Palis, pelo contrário. O artigo
da Folha mostra que, em seu site, a
Igreja Universal estimula um debate entre o criacionismo e a teoria
evolucionista defendida pela ciência, dizendo que a Bíblia cita informações
factuais sobre a questão. Um texto da Igreja Universal sobre o assunto diz que
“a Bíblia fala de fatos. Os cientistas jogam com hipóteses. Ninguém prova o tal
big bang”. E acrescenta dizendo que “as tentativas de o homem substituir Deus
são comuns ao longo da história”.
O que o texto da Igreja Universal não fala,
porém, é que foi através da substituição das explicações religiosas dos
fenômenos da natureza, ligadas aos mitos e que às histórias de deuses, que
nasceu a filosofia grega. Os filósofos pré-socráticos, como Tales, Anaximandro,
Empédocles e Leucipo, entre outros, por volta do ano 600 a.C., começaram a
explicar a natureza e os fenômenos da natureza de maneira racional e
materialista, e, mais tarde, Sócrates fez o mesmo sobre a vida social e
politica da cidade de Atenas. Não foi à toa que Sócrates, mestre de Platão, foi
considerado o criador do método de investigação científica e o primeiro
filosofo racionalista; por isso, também, ele foi condenado a morte, acusado de corromper
a juventude e de ateísmo.
Uma outra polêmica entre a ciência e
religião aconteceu mais de 2.000 anos depois de Sócrates. No século 16,
a Igreja Católica ensinava a física de Aristóteles em suas universidades e
defendia o modelo geocêntrico, que afirmava que a Terra estava parada. Galileu,
na elaboração de sua física, uma física matemática, se colocou contra os
ensinamentos da física aristotélica, uma física qualitativa, além de ter sido
um dos mais importantes defensores do movimento da Terra. Assim, os trabalhos
de Galileu em física e astronomia contestaram também a autoridade da Igreja
Católica, e, em 1633, o Tribunal da Inquisição julgou Galileu culpado por
defender o movimento da Terra em seu livro Diálogo
sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolmaico e copernicano. Apenas em
1992, o papa João Paulo II retirou a acusação de Galileu.
Nessa polêmica com a Igreja, Galileu
defendeu a autonomia da ciência em relação à religião, pois, para ele, a
autoridade da Bíblia não vale nos assuntos de filosofia e ciência. Isso, por
sua vez, não o fez renunciar à Bíblia. Porém, o que Galileu fez foi colocar a linguagem cientifica
como superior em relação à linguagem da Bíblia para os estudos da natureza, coisa ainda compartilhada pelos cientistas.
Assim, por possuir uma maneira de
investigação própria, com regras próprias, procurando uma explicação racional e
materialista para a natureza e a sociedade, sem recorrer à Deuses ou à Bíblia,
é que a ciência não pode se misturar com a religião. Helena Nader, na mesma
reportagem da Folha, ainda disse que
“nada contra religião, mas não dá para misturar fé com ciência, isso é um
retrocesso imenso”. (...)“Cada um com sua crença, porém isso fica de fora da
Ciência, que deve ser regida por uma ética própria”, ela concluiu.
Se no começo de maio, e antes do
impeachment, a discussão política em torno da ciência se deu com a possível
nomeação do bispo, depois do impeachment, a polêmica foi a extinção do mistério
da ciência.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação foi fundido com o Ministério das Comunicações, e agora é comandado
pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Apesar de provavelmente possuir
um conhecimento cientifico maior do que o bispo, sua nomeação ainda está muito
aquém do que se espera de um ministro da ciência.
Luiz Davidovich, recentemente empossado
presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), em uma série de
entrevistas, se manifestou contra a medida. Ele disse que “foram unidas áreas muito diferentes. (…) É grande a
diferença de procedimentos, objetivos e missões desses dois ministérios”. Para
ele, a fusão entre os dois ministérios “foi um retrocesso” que tende a deixar a
ciência em “segundo plano”. Isso se agrava ainda pela importância da ciência em
atividades fundamentais para o Brasil, inclusive em seu desenvolvimento
econômico. O presidente da ABC explica que, por conta dessa ignorância e
desvalorização da ciência, ela, numa época de crise, é uma das
primeiras áreas a sofrer cortes, pois se considera a ciência um “gasto”.
Ele explica que, em outros países, mesmo em época de crise, o contrário
acontece: “Em março, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, anunciou que o
crescimento do país seria desacelerado. Na mesma conferência, informou que os
investimentos em Ciência e Tecnologia seriam incentivados para fazer frente à
crise. O país investirá 2,5% do PIB no setor, que hoje já recebe 2,05%. Quanto
maior a crise, maior precisa ser o investimento em Ciência e Tecnologia. Caso
contrário, é impossível sair do buraco. No Brasil, o porcentual é de 1,5% e não
paramos de ter cortes.” Além da China, ele cita os exemplos da União Europeia,
que aplicará 3% do PIB em pesquisas cientificas em 2020, e Israel e Coreia do Sul, que investem mais de 4% do PIB em ciência.
Luiz Davidovich disse que isso acontece
no Brasil, entre outras razões, porque “nossos políticos (possuem uma visão)
extremamente focada no curto prazo.” Além disso, para ele, os políticos tem a
ideia de que só se deve financiar pesquisa “útil”, pois “não percebem a
importância da pesquisa básica”. Ele fala que um “exemplo é a física quântica.
Quando jovens cientistas brilhantes começaram a desenvolvê-la, no início do
século 20, eram movidos apenas pela paixão de descobrir como funciona a natureza.
Algo aparentemente ‘inútil’. Um século depois, a revista Scientific American publicou artigo mostrando que um terço do PIB
dos Estados Unidos tem base na física quântica, que permitiu desenvolver
transistores, semicondutores, computadores, laser, aparelhos de ressonância
magnética e relógios atômicos que sincronizam o GPS.”
Vídeo que Luiz Davidovich explica um pouco sobre a física quântica e sua "utilidade".
Mas os cortes na ciência acontecem
desde o final de 2014, disse Luiz Davidovich, quando o orçamento do ministério
da Ciência e Tecnologia foi
reduzido em 25%, e, no ano seguinte, 37%. Isso, por sua vez, prejudicará cada
vez mais a ciência brasileira, que deixará de financiar a formação de
pesquisadores e institutos de pesquisa. Ele diz que, hoje, “o ministério da
ciência coordena cerca de 20 institutos de ciência e tecnologia que são
voltados para temas de alto interesse da sociedade brasileira. (...) Foi graças
a ele que temos agora, por exemplo, fundações de amparo à pesquisa em todos os
Estados da federação. Temos secretarias de ciência e tecnologia em todos os
Estados, importantes para as consideração dos problemas regionais do Brasil.”
Um desses institutos que Davidovich se
referiu é o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), o primeiro que
poderá sofrer com cortes do governo Temer. Uma reportagem da Globo, de 19/5, mostra o risco do IMPA fechar. A
reportagem diz que, 11 dias antes de vencer o contrato com o ministério, ele ainda
não foi renovado. E isso, segundo o diretor geral do IMPA, Marcelo Viana,
costuma demorar semanas. Caso o dinheiro não caia, o IMPA será obrigado a
interromper suas atividades.
Essa notícia se agrava pelo fato do IMPA ser não só um
dos melhores institutos de matemática do Brasil, mas também do mundo, tendo
formado uma escola de matemáticos extraordinários e de renome internacional. Um
desses matemáticos é o jovem Arthur Ávila, que em 2014 ganhou o mais importante
premio mundial da Matemática. (para saber mais, acesse: http://revistapiaui.estadao.com.br/materia/artur-avila-ganha-a-medalha-fields/ e http://revistapiaui.estadao.com.br/materia/problematico/). Mais recentemente, no final de maio, o diretor do IMPA, Marcelo Viana, foi o primeiro matémático do mundo e o primeiro brasileiro a receber o mais importante científico francês.
(http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,matematico-brasileiro-recebe-na-franca-premio-por-pesquisas,10000056048)
No
mesmo dia do anúncio da possibilidade do IMPA fechar pela falta de repasse do
governo federal, o Jornal da Ciência
publicou um artigo com o título “Proposta que altera constituição federal pode
enfraquecer mais as pesquisas científicas”. Segundo o artigo, “o senado está
para votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº143/2015, que desvincula
25% da receita de estados e municípios de áreas como saúde, tecnologia e
pesquisa, pelos próximos quatro
anos.” Essa medida interferirá no orçamentos das Fundações de Amparo à
Pesquisa, que recebem 1% das receitas dos estados. Também nesse artigo, Luiz
Davidovich diz a pesquisa e a tecnologia devem não podem ter suas vinculações
reduzidas, pois são fundamentais para o desenvolvimento do pais. Se as
vinculações forem reduzidas ou acabarem, começaremos a “andar para trás”, diz
Davidovich, concluindo que “o que está em jogo não é mais o fato de crescermos
menos. Estamos dando passos para trás e isso é uma ameaça ao futuro do País”.
Tudo o que está acontecendo com a ciência em nível
federal também acontece nos estados. Um dos mais
recente exemplo foram as declarações do governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, que criticou a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP) por priorizar pesquisa sem “utilidade prática”.
Alckmin disse, segundo reportagem da revista Veja, que existem “máfias nas universidades
sugando dinheiro público”, que faz a FAPESP “apoiar projetos de sociologia ou
projetos acadêmicos sem nenhuma relevância”. Disse ainda que, por exemplo,
“pesquisa para a elaboração da vacina contra a dengue, eles não apoiam”. E,
assim como propõe a PEC nº143/2015,
“defendeu que se acabe com a vinculação
orçamentária para financiar esse tipo de pesquisa. “A Fapesp tem 1% do
orçamento. Tem mais de 800 milhões em conta. E o Butantã sem dinheiro para
fazer vacina”, concluiu o governador.
As respostas às
declarações de Alckmin não demoraram a sair. Alguns dias depois das declarações,
o sociólogo José de Souza Martins publicou, em primeiro de maio, um artigo no Estadão dizendo que as críticas de Alckmin
são improcedentes e deixaram a comunidade acadêmica alarmada.
Ao contrário do que
disse o governador, Martins afirma que “a Fapesp
financia no Butantã a vacina contra a dengue, zika e microcefalia”. Diz ainda
que “as ciências da saúde levam quase metade de seus recursos, enquanto as
humanas e sociais apenas 10%”. Segundo ele, “quem acha que não se deve gastar
dinheiro nas ciências humanas é movido por ímpetos de senso comum, da evasão
escolar, dos problemas sociais, dos linchamentos e dos esquadrões da morte, e
não da escola e da justiça, da lei e da ordem, da elevação cultural e da
emancipação da pessoa”. Souza mostrou, em seu artigo, a importância da sociologia, por exemplo,
na criação da Universidade de São Paulo, em 1934, “uma universidade laica,
gratuita e democrática”, com uma “educação revolucionária, moderna, com a
sociologia sendo um dos principais instrumentos dessa emancipação”. Em 1960,
essa visão levou à criação da FAPESP, produzindo um “conhecimento para superar
a pobreza”.
Porém, o tempo da política de Alckmin
parece, para Martins, oposto ao tempo e aos custos da pesquisa científica. Isso
não só fica claro com as declarações de Alckmin, como pelo fato de, um ano atrás
do outro, as universidades paulistas terem seu orçamento reduzido, ao mesmo
tempo que seus funcionários e pesquisadores trabalham cada vez mais. Martins, por isso, afirma também que o que menos esses trabalhadores precisam é de insultos como o de Alckmin.
Duas semanas depois do artigo de Martins,
foi a vez do biólogo Fernando Reinach publicar um artigo também no Estadão com
o título: A ciência inútil de Alckmin.
Assim como
comentou o físico Luiz Davidovich sobre as concepções científicas dos
políticos, Reinach diz que as declarações de Alckmin se encaixam numa concepção
“cientifica utilitarista e imediatista”.
Para
mostrar um exemplo de como se desenvolve uma científico científica até ter uma
utilidade prática, Reinach lança mão do importante exemplo:
“Faz mais de 20 anos, um amigo voltou da França com uma ideia fixa. Queria estudar a biologia molecular dos vírus. Argumentava que novos vírus surgiriam do nada para assombrar a humanidade. O HIV e o ebola eram o prenúncio do que nos esperava no futuro. Sua ciência sempre foi criativa e de qualidade. E foi por esse motivo, e não com medo do apocalipse, que a Fapesp passou a financiar o jovem virologista. O grupo cresceu. A ciência que esses virologistas produziram nas últimas décadas pode ser classificada como básica ou pura, sem utilidade aparente. Talvez fosse considerada “inútil” pelo governador. Pessoas que pensam assim acreditam que o papel do Estado é financiar projetos que resultem em conhecimentos de utilidade óbvia e imediata, que resolvam os problemas da Nação. Como essa política científica utilitarista e de curto prazo não predomina na Fapesp, a virologia molecular “inútil” prosperou no Estado de São Paulo. Entre os anos 2000 e 2007, eles formaram uma rede de pesquisa, montaram laboratórios, formaram estudantes e publicaram trabalhos científicos. Depois cada um seguiu seu caminho, estudando vírus diferentes, com métodos distintos, nas mais diversas unidades da USP. Em dezembro, meu colega apareceu na Fapesp com outra ideia fixa. Argumentou que um vírus quase desconhecido poderia estar relacionado aos casos de microcefalia que pipocavam no Nordeste. Era o zika. Enquanto o pânico se espalhava em meio à total desinformação, em uma semana a rede dos virologistas moleculares se aglutinou e resolveu atacar o problema. Eram 45 cientistas agrupados em 15 laboratórios “inúteis”. Na semana seguinte, a Fapesp aumentou o financiamento desses laboratórios. Não tardou para um exército de virologistas moleculares paulistas desembarcar no palco da tragédia munidos de tudo que existia de “inútil” nos seus laboratórios. Isolaram o vírus dos pacientes e, enquanto um laboratório “inútil” cultivava o vírus, outro “inútil” sequenciou seu genoma. Rapidamente esse grupo de cientistas básicos se tornou “útil”. Demonstraram que o vírus ataca células do sistema nervoso, que atravessa a placenta e infecta o sistema nervoso do feto. E que provoca o retardo de seu crescimento. Em poucos meses, a nova variante do vírus zika foi identificada, isolada, seu mecanismo de ação, esclarecido, e um modelo experimental para a doença foi desenvolvido. Essas descobertas vão servir como base para o desenvolvimento de uma vacina nos próximos anos. São essas descobertas “úteis”, descritas no trabalho realizado por cientistas “inúteis”, que agora foram publicadas pela revista Nature.”
O exemplo que Reinach dá está associado a
uma concepção de ciência que tomou forma no final da Segunda Guerra Mundial,
quando o cientista Vannevar Bush, a pedido do então presidente F. D. Roosevelt, publicou um relatório que delineava as políticas científicas e
tecnológicas a serem adotadas nos EUA quando a guerra terminasse.
Bush estava convencido de que os avanços
do conhecimento na pesquisa pura iriam aperfeiçoar a condição humana,
acreditava que caberia ao Estado o financiamento da pesquisa cientifica, uma
vez que é motivada unicamente pela pura curiosidade dos cientistas, produzindo
um conhecimento com um valor em si mesmo. Esse conhecimento, produto da
pesquisa básica, por sua vez, geraria inevitavelmente aplicações tecnológicas,
e a pesquisa aplicada seria responsável por isso. Assim como fala
Martins em seu artigo ao Estadão, o
resultado da ciência aplicada seria compartilhado por toda a sociedade, ou
seja, seria uma ciência para o interesse público, inclusive para resolver os
problemas dos mais pobres.
Um outro aspecto dessa concepção
cientifica, é, assim como Galileu defendeu, a autonomia da ciência. Para Bush, isso
significa que o Estado deveria apenas oferecer recursos para a pesquisa básica
e aplicada, e a própria comunidade científica ficaria responsável pela
distribuição desses recursos. Aqui, está colocada a necessidade de quem
administra os recursos não só fazer parte da comunidade cientifica, o contrário
do que acontece com um bispo ou mesmo Kassab, como falaram Nader e Pallis, mas
também o apoio total do Estado à liberdade de investigação, por mais “inútil”
que seja.
Todas essas polêmicas em torno da ciência aconteceram em menos de um mês. Políticos como Temer, que acabou com o ministério da ciência, e Alckmin, que defendeu a desvinculação do orçamento da ciência, justificam esses ataques à ciência a partir de uma concepção utilitarista e imediatista. Essa concepção, por sua vez, é compartilhada pelos positivistas. Augusto Comte, o fundador do posivitismo, dizia que um dos significados dessa filosofia é "útil", e, por isso, que, o positivismo condenava a pesquisa cosmológica por não ser um campo do conhecimento que se dê para fazer observações diretas e, portanto, seria "inútil" (isso, logicamente, o próprio desenvolvimento da cosmologia mostrou estar errado). Como Luiz Davidovich e Fernando Reinach mostraram, essa concepção de ciência não corresponde à prática científica dos físicos e biólogos, muito menos à aplicação da ciência em tecnologia.
Nesse sentido, é expressão
clara dessa concepção o fato do presidente interino, Michel Temer, ter se
referido explicitamente em seu discurso de posse ao lema positivista da
bandeira do Brasil, Ordem e Progresso.
Para ele, seu governo será de salvação nacional,
que promoverá “harmonia e otimismo”, “pacificará e unirá” o Brasil com as
palavras “Ordem e Progresso". Porém, Temer não disse que o lema positivista foi usado para dar unidade nacional durante a ditadura militar brasileira apoiada pelos EUA (de 1964 a 1985), e serviu de justificativa para a dura
repressão à luta dos trabalhadores e aos direitos democráticos nesse período.
Hoje, assim como foi a ditadura
militar brasileira, Temer, ou mesmo Alckmin, representa uma enorme ameaça aos trabalhadores
e aos direitos democráticos. Por isso, o recente ataque à ciência de ambos
faz parte de um amplo movimento de ataques aos direitos democráticos, que só
pode ser respondido por um igualmente amplo movimento de luta por direitos,
questionando, inclusive, a concepção positivista, imediatista e utilitarista da ciência desses políticos, e
servindo também para atacar sua política.
Nenhum comentário:
Postar um comentário