Rosetta chega ao cometa

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Depois de uma viagem de 12 anos, no dia 6 de Agosto, a sonda Rosetta, da Agência Espacial Européia (ESA), entrou em órbita ao redor do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Nos próximos meses, na medida em que o cometa se aproxima do Sol, a sonda Rosetta realizará uma série de manobras que a aproximarão ainda mais da superfície do cometa e, em Novembro, está previsto o pouso do módulo Philae em sua superfície.

Concepção artística da aproximação da sonda Rosetta do cometa 67P/C-G.

A sonda Rosetta irá monitorar o cometa através de 11 instrumentos científicos, que fotografarão e estudarão sua composição e evolução na medida em que se aproxima do Sol. Agora, cerca de um litro de água evapora por segundo do cometa. Nos próximos meses, essa quantidade aumentará centenas de vezes, até formar a cauda característica dos cometas.

Não é a primeira vez que uma sonda especial se aproxima de um cometa. Em 1982, a sonda ICE, da Nasa, interceptou a cauda do cometa Giacobbini-Zinner e, em 1986, as sondas espacias Vega 1 e 2, da União Soviética, Giotto, da Agência Espacial Eurpeia, e as sondas Sakigate e Suisei, da Agência Japonesa de Exploraçnao Espacial, aproximaram-se do cometa Halley. As maiores aproximações foram das sondas Vega e Giotto, chegando a respectivamente 9.000 km e 600 km do núcleo do cometa.

Réplica da sonda soviética Vega.

Porém, desta vez, a sonda Rosetta é a primeira a acompanhar o movimento de um cometa e, agora, está a apenas 100 km do cometa, tendo conseguido imagens de alta resolução de seu núcleo.


A dificuldade de acompanhar a órbita de um cometa que se move a 55.000 km/h é enorme, exigindo uma série de manobras e, para isso, uma grande quantidade de combustível. Porém, ao invés de usar uma quantidade enorme de combustível, optou-se por fazer a sonda dar cinco voltas ao redor do Sol, aproximando-se três vezes da Terra e uma de Marte, para ganhar velocidade e ajustar a sua trajetória a do cometa.

Em branco, a trajetória da sonda Rosetta ao redor do Sol e, depois, aproximando-se do cometa. 

A parte mais difícil da missão será o pouso do módulo Philae no cometa, em Novembro. Até lá, a sonda se aproximará cada vez mais do cometa, realizando uma série de manobras e, quando estiver a 30 m de sua superfície, lançará o módulo de pouso.

À esquerda, a aproximação da sonda Rosetta do cometa e, à direita, concepção artística do lançamento do módulo Philae sobre a superfície do cometa.


Os cometas

Os cometas são os corpos celestes que mais têm fascinado a humanidade e, desde a Antiguidade, são conhecidos como “estrelas com cabeleira”.

O cometa McNaught, visto da Terra em 2007.

Em 1950, o astrônomo Fred Whipple foi o primeiro a descrever os cometas tal como conhecemos hoje: “bolas de gelo sujo”. Formados por um núcleo de rochas, poeira, gelo e gases congelados entre centenas de metros e dezenas de quilômetros, quando se aproximam do Sol, perdem matéria e passam a apresentar uma cauda com milhões de quilômetros, que sempre aponta para longe do Sol.


Assim como os asteroides, os cometas são restos do processo que levou a formação do sistema solar. Entendo sua composição, os astrônomos podem entender melhor como o sistema solar foi formado.

Outra coisa que faz dos cometas astros importante é o fato de possuírem água. Acredita-se que que o choque dos cometas com a Terra tenha trazido toda a água aqui presente e que as moléculas orgânicas trazidas pelos cometam tenham sido as sementes para a vida. A sonda Rosetta também ajudará a entender isso.

O cometa

O cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko foi descoberto em 1969 pelos astrônomos soviéticos Klim Churyumov e Svetlana Gerasimenko. Possui um núcleo de 4 km de diâmetro e leva 6,5 anos para dar uma volta ao redor do Sol.

Ao contrário da maioria dos cometas, orbita o Sol num plano parecido dos planetas. Em sua aproximação máxima, fica 35% mais longe do Sol do que a Terra, alcançando a órbita de Júpiter em seu ponto mais distante do Sol.


Cronologia de uma viagem de 12 anos

2004 – No dia 2 de Março, a Sonda Rosetta, da Agência Espacial Européia (ESA) é lançada da Guiana Francesa.

2010 – Depois de dar 5 voltas ao redor do Sol, a sonda Rosetta começa a acompanhar órbita do cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko.


2011 – Em Junho, entra em hibernação.


2014 – Em Janeiro, depois de se aproximar do cometa, sai da hibernação.


Em Agosto, depois de viajar 6,4 bilhões de quilômetros, a sonda Rosetta chega ao cometa e começa seu mapeamento. Nesse ponto, o cometa esta viajando a uma velocidade de 55.000 km/h.


No começo de Setembro, a sonda chegará está prevista para chegar a 30 km da superfície do cometa e, no final desse mês, a 20 km.

Em Outubro, a sonda chegará a 10 km do cometa.

Em Novembro, está previsto o pouso do módulo Philae no cometa.


2015 – Em Agosto, um ano depois de chegar no cometa, acontecerá a aproximação máxima do Sol.


Em Dezembro, está previsto o fim da missão espacial.


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