As cores dos objetos não dependem
apenas das tintas que usamos para pintá-los, mas também da luz que incide sobre
eles, do que existe ao redor deles e da sensibilidade do nosso olho em
distinguir cores.
I. A sensibilidade do olho humano às cores e o daltonismo - A retina do olho humano possuí dois tipos de células
sensíveis à luz: os cones e bastonetes. Enquanto os bastonetes são sensíveis à
intensidade da luz, os cones são sensíveis às cores. A maior parte das pessoas
(cerca de 50%) possui três tipos de cones, sensíveis às cores vermelha, verde e
azul (cores primárias de luz). Porém, existem pessoas que possuem dois tipos de
cones (25%) e que, por isso, conseguem enxergar menos cores, e pessoas que
possuem quatro cones (25%), que têm uma sensibilidade maior às cores.
Quer saber se você é um dicromata (com dois tipos de cones), tricromata (com três tipos de cones) ou quadricromata (com quatro tipos de cones)? Veja a figura abaixo e conte quantas cores consegue distinguir (http://revistagalileu.globo.com/blogs/buzz/noticia/2015/03/quantas-cores-voce-consegue-enxergar-nessa-imagem.html).
Uma última coisa que faz as pessoas verem cores diferente é o daltonismo. Um dos tipos mais comuns de daltonismo é aquele em que há a ausência de algum cone. Na protanopia, falta o cone vermelho e o daltônico, ao invés do vermelho, enxerga tons de marrom, verde ou cinza. Já na deuteranopia, falta o cone verde e essa cor é vista em tons de marrom. Por último, na tritanopia, tipo mais raro de daltonismo, a pessoa não possui o cone azul, que continua sendo visto, mas em tons diferentes, o amarelo vira um rosa-claro e o laranja não é visto.
O teste de
Ishihara permite identificar o daltonismo através de 38 placas, como as duas
abaixo. Para fazer o teste, acesse a página: http://www.ibrau.com.br/ishihara.htm.
Quer saber se você é um dicromata (com dois tipos de cones), tricromata (com três tipos de cones) ou quadricromata (com quatro tipos de cones)? Veja a figura abaixo e conte quantas cores consegue distinguir (http://revistagalileu.globo.com/blogs/buzz/noticia/2015/03/quantas-cores-voce-consegue-enxergar-nessa-imagem.html).
Resultado: dicromata: menos de 20 cores;
tricromata: entre 20 e 32 cores; quadricromata: entre 33 e 39 cores.
Assim como o número de cones varia de uma
pessoa para outra, diferentes animais também possuem um número de cones
diferentes e com sensibilidades à cores diferentes. Por exemplo, cachorros não possuem
o cone sensível ao vermelho, enquanto algumas borboletas possuem até 5 tipos de
cones e lagostas possuem até 16 tipos de cones, sensíveis também ao
infravermelho e ao ultravioleta. As imagens abaixo mostram como diferentes animais veem.
Águia: veem mais detalhes do que os seres
humanos; veem bem durante o dia, mas mal à noite; gato: não veem tons de
vermelho e possuem a vista embaçada; cachorro: possuem uma visão parecida com a
dos gatos; ambos veem bem à noite, mas o campo de visão dos cachorros é menor;
abelha: possui um olho composto, que oferece uma visão fragmentada; veem tons
de azul, verde e ultravioleta; rato: possui um campo de visão pequeno a ponto
de ver tudo embaçado a uma distância maior do que 15 cm; veem em preto e
branco, mas possuem uma boa visão noturna (https://www.youtube.com/watch?v=rT3Iz5VA2eQ).
A sensibilidades às cores também varia
entre homens e mulheres: as mulheres enxergam mais cores do que os homens.
Além dessa diferenças, as mulheres possuem uma visão periférica
melhor do que os homens e conseguem distinguir objetos a curta distância também melhor, enquanto os homens são mais sensíveis aos detalhes, possuem
uma visão melhor à longa distância e conseguem detectar objetos que se movem rápido com mais facilidade. Porém, ao contrario do que acontece com a sensibilidade às
cores devida à quantidade de cones, essas diferenças são possivelmente causadas
pela presença de
testosterona no córtex cerebral (a principal zona visual) em
quantidades diferentes nos homens e nas mulheres, além do papel social dos
homens (caçadores) e das mulheres (coletoras) ao longo do desenvolvimento da
humanidade.
Uma última coisa que faz as pessoas verem cores diferente é o daltonismo. Um dos tipos mais comuns de daltonismo é aquele em que há a ausência de algum cone. Na protanopia, falta o cone vermelho e o daltônico, ao invés do vermelho, enxerga tons de marrom, verde ou cinza. Já na deuteranopia, falta o cone verde e essa cor é vista em tons de marrom. Por último, na tritanopia, tipo mais raro de daltonismo, a pessoa não possui o cone azul, que continua sendo visto, mas em tons diferentes, o amarelo vira um rosa-claro e o laranja não é visto.
À direita, o olho normal vê o número 74,
enquanto o daltônico vê 21, pois o daltônico vê o número 21, pois troca o verde
pelo vermelho. À esquerda, a placa contem o numero 2 e é usada para identificar
o daltonismo para as cores vermelha e azul.
Recentemente, um óculo foi criado para corrigir o daltonismo (http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/03/05/cientista-desenvolve-acidentalmente-oculos-que-corrige-daltonismo.htm).
II. A influência da luz sobre a cor dos objetos - As cores de um objeto também dependem da
luz que incide sobre ele. Na imagem abaixo, uma mesmo flor é fotografada sendo
iluminada por diferentes luzes.
A mesma coisa acontece com os cubos da foto abaixo.
Na foto acima, todos os cubos são iluminados
com luz branca e conseguimos ver quatro cores: o azul, o verde, o vermelho e o
branco. Porém, se iluminados com luz vermelha, os que eram azul e verde são
vistos na cor preta, o que era branco passa a ser visto vermelho e o vermelho
continua vermelho.
Isso acontece porque a luz branca é formada
por todas as cores e, quando incide sobre um objeto pintado de azul, a luz azul
é refletida e todas as outras são absorvidas. Agora, se iluminado com luz
vermelha, ela será absorvida e veremos esse objeto preto.
Assim, as cores não são propriedades
intrínsecas dos objetos, mas depende de quem os vê e da luz incidente.
III. A influência do que está ao redor sobre a cor dos objetos - Por fim, a nossa percepção das cores
depende também daquilo que se encontra em volta do que queremos identificar a
cor. Veja a figura abaixo.
A mesma coisa acontece na situação abaixo. Apesar do quadrado de baixo parecer mais claro, são da mesma cor.
Assim, nas sombras, os objetos parecem mais claros do que se iluminados.
Esses
exemplos mostram que as cores que vemos dependem do contexto, ou seja, de onde
o objeto está, se as coisas ao redor estão mais claras ou mais escuras, etc.
É
exatamente esse fenêmono que permite explicar a polêmica sobre as cores do
vestido. Na
verdade, o vestido é azul-preto, como mostra a imagem abaixo.
O que
faz a maioria das pessoas (75%, segundo uma pesquisa da página http://www.iflscience.com/brain/explaining-perceptions-dress)
ver o vestido branco-dourado é o contexto confuso, pois
não sabemos onde está o vestido, o que existe ao seu redor, o tipo de luz
incidente, etc. Assim, acabamos dando um contexto ao que vemos.
Lembrando que na sombra os objetos aparecem
mais claros, temos o seguinte:
As pessoas que veem o vestido
branco-dourado tendem a achar que o vestido se encontra num ambiente
iluminando com luz do sol, como perto de uma janela sob um céu azul, e, por
contraste, tendem a ver o vestido mais claro, eliminando o azul como uma
possível sombra.
Agora, pessoas que vem o vestido preto-azul
tendem a achar que o vestido se encontra num ambiente fechado, iluminado com
luzes artificiais amarelas.
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